Governo Federal Descarta Horário de Verão em 2024 Após Avaliação Energética

Ministro de Minas e Energia confirma que, apesar da crise hídrica, não há necessidade da medida para o verão, mas volta do horário pode ser considerada para 2025/2026.

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Governo Federal Descarta Horário de Verão em 2024 Após Avaliação Energética

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O governo federal anunciou que não haverá horário de verão em 2024. A decisão foi confirmada nesta quarta-feira (16) pelo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, após uma reunião com representantes do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS). Segundo Silveira, o cenário energético do país não justifica a implementação da medida neste ano.

“Chegamos à conclusão de que não há necessidade de decretação do horário de verão para este período”, afirmou o ministro durante uma coletiva em Brasília, destacando que a segurança energética está garantida, apesar de um início de recuperação tímido da condição hídrica do país.


Possibilidade para 2025/2026

Embora o governo tenha descartado a adoção do horário de verão para este ano, Silveira enfatizou que a medida poderá ser reavaliada para o verão de 2025/2026, dependendo das condições energéticas futuras. Ele ressaltou a importância de considerar essa política de forma pragmática, sem decisões baseadas apenas em questões políticas ou dogmáticas.

“[O horário de verão] tem reflexos tanto positivos quanto negativos no setor elétrico e na economia, devendo estar sempre em pauta”, explicou Silveira, mencionando exemplos de outros países que adotam a medida por motivos tanto energéticos quanto econômicos.

Impacto econômico e energético

Durante a coletiva, o ministro destacou que o principal benefício econômico do horário de verão se concentra entre os meses de outubro e novembro. No entanto, como a implementação da medida agora só seria possível em meados de novembro, o custo-benefício seria muito baixo, dado o curto período de vigência.

No Brasil, o horário de verão foi instituído pela primeira vez em 1931 e, até 2019, foi uma estratégia regular para otimizar o uso da luz natural, reduzir o consumo de energia e favorecer setores como turismo e comércio. A medida foi suspensa durante o governo Bolsonaro, quando o Ministério de Minas e Energia argumentou que as mudanças nos hábitos de consumo haviam diminuído a eficácia da iniciativa.

Pior seca já registrada no Brasil

Este ano, a possibilidade de retornar com o horário de verão surgiu em meio à maior seca já registrada no país, segundo o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemanden). Apesar das chuvas recentes em algumas regiões, Silveira destacou que a crise hídrica ainda não foi totalmente superada, mas que o planejamento energético tem mantido os níveis de resiliência dos reservatórios.

Divisão de opiniões sobre o horário de verão

A volta do horário de verão divide opiniões entre os brasileiros. Segundo uma pesquisa divulgada pelo Datafolha, 47% da população se declarou favorável à medida, enquanto outros 47% são contrários. Apenas 6% se mostraram indiferentes. Outro levantamento, feito pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) em parceria com o portal Reclame Aqui, apontou que 54,9% dos brasileiros são favoráveis à volta do horário de verão, com 41,8% sendo totalmente a favor e 13,1% parcialmente a favor.

Esses dados mostram que a discussão sobre o horário de verão no Brasil continua gerando debate, tanto por suas implicações econômicas quanto energéticas.